O dia 7 de setembro foi marcado na capital mineira com vários cartazes conclamando a Greve Geral. Cartazes confeccionados pela 4ª Plenária Sindical podem ser vistos por todo o canto da região central de Belo Horizonte, principalmente na Avenida Afonso Pena próximo a prefeitura, Praça Sete e Praça da Estação, na rota dos desfiles oficiais de sete de setembro e do Grito dos Excluídos. Membros de entidades e movimentos que compõem a Plenária Sindical realizaram uma grande e vigorosa panfletagem de distribuição do boletim no 25º Grito dos Excluídos.
Várias organizações de trabalhadores e de movimentos sociais participação do 25º Grito dos Excluídos: professores, operários, funcionários públicos, estudantes, mulheres, movimentos de luta por moradia e atingidos por barragens, levantando os eixos: Contra a “reforma da Previdência”, em defesa das estatais e da soberania nacional, pela educação e em defesa das vítimas da mineração. O material pela Greve Geral foi muito bem aceito pelos manifestantes e trazia 8 pontos principais: – Conclamamos os milhões de desempregados à luta! – Contra o fim da aposentadoria e o assalto à Previdência! – Não às retiradas de direitos trabalhistas! – Contra as entregas das Estatais! – Contra os ataques às Universidades e Escolas públicas! – Contra a Emenda 95 (conhecida como “Teto dos Gastos”) mais saúde e educação! – Contra o desemprego e a matança no campo e na cidade! – Bolsonaro, latifundiários e imperialistas: tirem as patas da Amazônia!
Com rápidas explicações de o porquê o povo deve se organizar sob essas reivindicações e ir contra a política de ataques aos seus direitos duramente conquistados, para manter o país como mera semicolônia do imperialismo, principalmente ianque, Bolsonaro aumenta seus ataques contra a Previdência Social, as estatais, aos direitos trabalhistas, a educação e na soberania nacional.
Segundo um membro da Liga operária declarou: “Fizemos questão de distribuir no Grito dos Excluídos, por ser o nosso público alvo, já que conclamamos os trabalhadores e desempregados, mas também realizamos a distribuição durante o percurso da passeata realizada do Viaduto Santa Tereza até a Praça Raul Soares, atingindo pessoas de diversas categorias. O nosso material tem esse objetivo e principalmente conclamar o povo para a Greve Geral.” E pelo visto o material surtiu efeito, já que muitas pessoas pegaram para distribuírem nos bairros.
Há 25 anos o Grito dos Excluídos contesta as celebrações oficias da farsa da “independência” e buscando despertar o repúdio do povo a essa precária situação em que o povo vive, principalmente agora que vive sob um reacionário governo de generais, que tenta de toda forma acabar com tudo que é conquista do povo, entregar as estatais, acabar com o ensino público e gratuito e entregar a nossa soberania nacional ao imperialismo, principalmente ianque. Neste ano em que vivemos em que tivemos a criminosa ruptura da barragem da Vale em Brumadinho e o criminoso incêndio da floresta Amazônica o mote do grito foi “Este sistema não Vale!”
Estudantes e professores da UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais denunciaram os cortes na educação, o congelamento das bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Capes, além de denunciarem à nefasta intensão do “Future-se”, projeto defendido pelo reacionário governo de generais e de seu ministro da educação Abraham Weintraub, que privatiza o conhecimento e as pesquisas, para favorecer a iniciativa privada contratar as universidades públicas a desenvolverem pesquisas de acordo com seus interesses financeiros e não pela necessidade do povo. Ou seja, colocará todas as pesquisas do país nas mãos de grandes grupos financeiros, interessados apenas em lucros, colocando o país no atraso e na ignorância, aprofundando a sua condição de semicolônia. Também contou com auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego, que denunciaram os mais de 30 milhões de desempregados. Os trabalhadores dos Correios estenderam uma grande camisa da categoria no viaduto Santa Teresa ao lado de uma faixa que pedia o Correio 100% estatal, denunciando a política de privatização onde os Correios está na mira do vende-pátria Bolsonaro.
Entre os manifestantes as pessoas trajavam roupas comuns, com o tradicional vermelho, mas também boa parte usando o preto, para contrapor o pedido do reacionário governo de generais Bolsonaro, que fez um chamado para que o povo saísse de verde e amarelo, repetindo um apelo de Fernando Collor nos anos 90. O resultado foi o mesmo e mostrou que mesmo dentre os seus muitos não atenderam o chamado. As contradições se acirram dentro e fora do governo e o povo mostra mais uma vez a sua vontade de ir à luta, porém há movimentos que não entendem o que é um clamor popular e um clamor de cúpulas e fazem o jogo reacionário e oportunista, como é o caso do movimento “Lula Livre” e dos oportunistas da UNE – União Nacional dos Estudantes, que pediu aos estudantes e a juventude a pintarem a cara de verde e amarelo e trajarem roupas pretas, como ocorreram no movimento do impeachment de Collor (que foi muito utilizado pelo monopólio de imprensa), principalmente a Rede Globo. Essas reivindicações, longe de unificar, só afasta o povo, que concordam com as pautas econômicas e sociais, porém discordam veementemente da pauta política eleitoreira desses oportunistas, que mesmo com todo o repuxo, ainda não aprenderam.
Conforme afirmado pelo jornal A Nova Democracia, o reacionário governo, empalmado pelo Alto Comando das Forças Armadas (ACFA), atravessa uma crise de mando e uma contradição entre a extrema-direita de Bolsonaro e a direita hegemônica do ACFA representada pelo general Mourão, além da tentativa de uma suposta centralização do poder no Parlamento. O que pode acelerar o processo de luta popular e aí sim, o povo poderá iniciar a construção de uma sociedade que seja uma verdadeira independência, com uma Nova e Verdadeira Democracia. Por isso o ACFA usa essa contradição, para tentar institucionalizar o golpe militar reacionário preventivo, frente ao inevitável levante das massas. Nesse sentido está na hora de sacudir o país em vigorosas manifestações e apontar para o povo o caminho da luta e não da conciliação. É hora de Greve Geral que una trabalhadores e desempregados do campo e da cidade.
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