Denúncia: ‘GLO do campo’: Bolsonaro e generais querem usar Exército para combater camponeses

Republicamos essa importante denúncia que saiu no site do Jornal A Nova Democracia  nessa segunda-feira (25/11), mostrando as manobras feitas por esse governo de generais, antioperário e latifundista. O Jornal A Nova Democracia tem cumprido um grande papel na luta por desmascarar o oportunismo eleitoreiro e os reacionários da extrema-direita e da direita hegemônica do Alto Comando das Forças Armadas – ACFA, que buscam de todas as formas para justificarem suas medidas.

O oportunismo, busca iludir o povo e dirigindo-o ao podre jogo eleitoral. A extrema direita de Bolsonaro tenta a todo custo dar o golpe, fechando o congresso e o STF Supremo Tribunal Federal, a direita hegemônica do ACFA com Mourão busca institucionalizar o golpe militar contrarrevolucionário de ação preventiva, frente ao inevitável levante das massas. Bolsonaro e generais tentam com essa medida, afogar em sangue a justa luta dos camponeses, indígenas e quilombolas, que lutam pela destruição do latifúndio e o corte das terras de forma organizada, reconhecimento de territórios que ha mais de cinco séculos foram tomados dos povos originários e a eterna dívida com os nossos irmãos negros que foram trazidos da África e foram escravizados no Brasil e depois jogados fora das lavouras, “sem eira, nem beira”.

A Liga Operária desde sua fundação, tem o compromisso em apoiar essa justa luta desses companheiros, que formam a amalgamada aliança operário-camponesa, reforçada pelos lutadores indígenas e quilombolas e convoca o povo a se rebelar contra essas medidas antioperária e latifundista, pois esse governo transpira ódio e violência ao povo que luta, por isso não devemos baixar a cabeça. Temos que nos rebelar contra tudo isso, em nossa concepção, qualquer rebelião contra esse velho e podre Estado é justificada, pois o que é o Estado, se não um instrumento de repressão e violência ao

Leia a denúncia na integra:

JAILSON DE SOUZA 

Em pronunciamento no dia 25 de novembro, o fascista Jair Bolsonaro afirmou que visa a criação de uma “Garantia da Lei e da Ordem” (GLO) para reprimir o movimento camponês e restabelecer os latifúndios que tiveram suas terras retomadas (“reintegração de posse”).

A proposta consiste em que o chefe do Executivo autorize as Forças Armadas a reprimir as tomadas de terra de maneira imediata após a decisão judicial. Em resumo, permite o uso das Forças Armadas como força regular de repressão aos camponeses. Hoje, a solicitação é feita pelo governo estadual e, posteriormente, é necessária a assinatura do presidente. “Tem de ser algo urgente. E você dando uma resposta urgente, você inibe os demais que porventura queiram aquilo. E olha só, eu tô falando, tudo passa pelo parlamento”, afirmou.

Em suas redes sociais, Bolsonaro prosseguiu: “A tropa da GLO não é para fazer relações públicas, ela vai para se impor, conter ações terroristas, depredação de bens, queima de ônibus, evitar que inocentes morram, etc.”, afirma, tachando como “terrorista” a luta camponesa. E conclui: “No mais, para enfrentar a esses marginais, é que se faz necessário o excludente de ilicitude”.

Segundo o próprio Bolsonaro, a medida tem como alvo os movimentos camponeses e citou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “A propriedade privada é um dos pilares da democracia. Você não pode comprar um imóvel no campo ou na cidade e de repente alguém vai lá e toma conta. Toma conta não, invade. Aí não é democracia. Onde a propriedade privada não existe é no socialismo, no comunismo. Não chegamos lá ainda”, disse, omitindo o fato de que muitos latifundiários que têm suas terras tomadas só as conseguiram através do roubo, da prática de trabalho escravo e da grilagem.

A REPRESSÃO DO EXÉRCITO NA PRÁTICA

O governo de Bolsonaro e seus generais, no entanto, já está colocando em prática o uso das Forças Armadas na repressão à luta camponesa.

Na Amazônia, em setembro, ocorreu, encoberta pela “Garantia da Lei e da Ordem” (GLO) de suposto combate aos incêndios e pela Operação “Verde Brasil”, a invasão dos militares em acampamentos da Liga dos Camponeses Pobres (LCP).

De acordo com a nota emitida pela Comissão Nacional da LCP, “os camponeses da área relataram que durante uma semana os militares das Forças Armadas reacionárias cometeram todo tipo de intimidação, ameaça, abuso e humilhações”.

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Um representante da LCP, durante um debate na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), no dia 22/10 (ver aqui), denunciou ainda que o cerco militar não é restrito à área Enilson Ribeiro. “Agora, todos os acampamentos da LCP estão cercados, com militares estacionados do lado, em regiões nas quais não há nenhum foco de incêndio! Isso para mostrar como eles estão aí para combater a luta pela terra”. Disse ainda que o que teme esse governo latifundista é que a resistência e luta dos camponeses de Seringueiras sirvam de exemplo e que, por isso, o governo move tropas contra os camponeses.

EXCLUDENTE DE ILICITUDE

No dia 21, no lançamento do partido fascista “Aliança pelo Brasil”, Bolsonaro anunciou ter enviado ao Congresso Nacional o chamado excludente de ilicitude, um projeto que pode isentar de punição os agentes de “segurança” e militares em operações de GLO. A nova medida possibilita que essas ações também possam ser adotadas em reintegrações de posse nas áreas rurais.

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