A Liga Operária diante de todas as consequências em torno da pandemia do novo Coronavírus/COVID-19, afirma com veemência que os trabalhadores de todo mundo estão sendo colocados em risco, sem EPI’s e com condições inadequadas de trabalho; enquanto o imperialismo e seus lacaios estão preocupados em tentar salvar esse sistema de exploração e opressão. Para eles, a economia e as reservas financeiras de cada país é mais importante que a vida de milhares de pessoas. Os “grandes pensadores” desse sistema nefasto e podre, seus políticos e empresários falam aos quatro cantos de conter a pandemia do CONVID-19 mas não conseguem esconder a preocupação maior.
Alguns Gerentes, entre eles o reacionário fascista de extrema-direita Jair Bolsonaro questionam as orientações da Organização Mundial de Saúde – OMS, e, nessa contenda, os governos estadual, municipais e federal, mais preocupados com seus mandatos, ou visando as eleições burguesas, colocam os trabalhadores de vários ramos da economia, Saúde, Comércio, Indústria, Alimento, Farmácia, Combustíveis, Transporte, Correio, Limpeza Urbana e etc., como essenciais, mas trabalhando sem as mínimas condições e em alguns casos como saúde e limpeza, trabalhando a exaustão em um sistema de saúde sucateado e constantemente atacado por políticas antipovo. Disputam seus egos e defendem seus feudos eleitorais, sem aprofundar o debate correto a pandemia.
Não podemos servir de bucha de canhão! Em várias partes do mundo, os trabalhadores e o povo se colocam para conter a pandemia sem as mínimas condições de saúde e higiene, os políticos falam muito e não fazem nada! No Brasil, o governo dos generais chega ao cúmulo de falar que é histeria e que o COVID-19 só mata velhos e pessoas doentes, faz chacota do povo afirmando que os brasileiros precisam ser estudados já que “mergulham em esgoto e não acontece nada com eles”. Essa frase revela o compromisso dos que estão governando esse país.
A Liga Operária afirma que a crise do coronavírus é uma pandemia e que deve ser combatida, mas não pode deixar de ressaltar que a política imunda desses governos de turno, matam mais que qualquer vírus. Em 2008 na crise geral do sistema capitalista, aprofundada pela crise do capitalismo burocrático, as grandes potências sugaram ao máximo as riquezas das colônias e semicolônias, impondo sanções e obrigando os seus serviçais a implantarem as políticas de austeridades (corte de direitos) e muitos deles injetaram dinheiro para salvar os banqueiros, precarizando ainda mais as condições do povo e sucateando serviços essenciais como saúde, saneamento básico, educação e pesquisa. A crise do novo Coronavírus – COVID-19 é mundial e não escolhe classes, cor ou crenças religiosas e os “donos” do poder se preocupam apenas com a economia, negligenciando o socorro aos menos favorecidos.
Bolsonaro não só tentou suspender os contratos de trabalho sem remuneração, como também busca aprofundar a política de austeridades (cortes de direitos), disseminando o “Home Office”, Banco de Horas, com discursos de que todos devem fazer sacrifícios, depois de maneira irresponsável minimiza a pandemia e de forma anticientífica, tem incentivado o povo a sair da quarentena, mesmo com os exemplos de lugares que agiram dessa forma (vide Milão na Itália) colocaram a vida do povo em risco e contribuíram para a disseminação do COVID-19.
É por essas razões que a Liga Operária e os sindicalistas honestos que lutam ao lado do povo parabenizam os verdadeiros heróis: os profissionais de saúde que mesmo sem contarem com condições de segurança de trabalho, vem realizando suas tarefas para conter o novo Coronavírus. Saúda os bravos operários que tem mantido as fábricas e obras funcionando, trabalhadores em transporte público: metroviários, rodoviários e condutores de táxi e aplicativos, caminhoneiros, entregadores, trabalhadores em farmácias e laboratórios de pesquisas, profissionais de imprensa e etc.
Deixamos claro que não aceitamos sacrificar o nosso povo trabalhador, enquanto os grandes burgueses e latifundiários só pensam no lucro, nesse sentido, não aceitamos que os trabalhadores sejam usados como “bucha de canhão” sem proteção e colocando suas vidas em risco. Partimos do princípio de que para proteger, temos de ter proteção, não podemos ficar expostos ao vírus, servindo de vetores, enquanto os ricaços ficam no bem bom e as indústrias de produtos de primeira necessidade usurpem o povo, cobrando preços abusivos, sem falar na ignorância do governo que se quer resolveu a fabricação de máscaras, álcool em gel e equipamentos hospitalares, deixando o povo refém dos grandes laboratórios e indústrias de insumos de saúde.
Na política financeira, os gerentes de plantão logo liberam o FGTS e o dinheiro do PIS, por que esses são recursos dos trabalhadores. Eles não tiram dos grandes empresários burgueses e latifundiários e muito menos dos banqueiros que parasitam o povo. Exigimos que o governo suspenda o pagamento dos juros da dívida pública da União e reverta o dinheiro para garantir o seguro desemprego, garantir condições às pessoas em situação de rua, aos trabalhadores informais, profissionais liberais, linha de crédito aos pequenos e médios empresários para que os mesmos possam garantir o emprego de seus funcionários.
Caso o governo, os patrões e os políticos insistam em penalizar apenas os operários e os trabalhadores da saúde e limpeza, mesmo sob discursos de serem essenciais, defendemos a paralisação total das atividades, não podemos nos matar para salvar esse sistema de exploração e opressão. Até agora as ações mais racionais são as organizadas por movimentos populares e inclusive as ações de compras de equipamentos e doações para instituições de saúde, o que nos mostra que as massas são todo poderosa e a cada ação coletiva, elevam a sua consciência e passam a enxergar que são das suas mãos que surgirá um mundo novo, mais justo e igualitário.
Apoiamos a criação de Comitês que organizem as condições sanitárias e parte por parte combata o novo Coronavírus: em prédios, ruas, bairros, vilas e favelas de forma independente e principalmente longe dos abutres eleitoreiros, que só fazem as coisas pensando no pleito eleitoral. Seguimos afirmado: “Eleição é Farsa! Não muda nada! Organize-se e Lute!”. Nesse cenário estão desenhando a conclusão do golpe contrarrevolucionário de ação preventiva em curso, para conter o levante das massas e querem usar o combate ao COVID-19 para concluí-lo, por isso a disputa entre a extrema-direita de Bolsonaro e a direita do Alto Comando das Forças Armadas – ACFA, estão na disputa e buscam institucionaliza-lo, usando establishment, principalmente o monopólio de imprensa, para irem institucionalizando o golpe e disputando a opinião pública a favor de um desses grupos, enquanto isso a esquerda eleitoreira e o centrão, seguem como peões nesse complicado jogo de xadrez. A esquerda eleitoreira – queimada por ter ficado no governo por 14 anos e ter ressuscitado as múmias da direita, está em pânico e tende a ficar do lado da direita em nome da “democracia” e do “Estado democrático de direito”, por não vislumbrar outro caminho, a não ser a via parlamentar.
A classe operária deve buscar assumir o seu posto, consolidar a aliança operária-camponesa, com os pequenos e médios produtores, comerciantes e industriais, intelectuais honestos, professores e estudantes, com o objetivo de construir uma nova e verdadeira democracia, sem ficar a reboque dos oportunistas eleitoreiros e revisionistas, contrarrevolucionários que traem o povo e praticam a conciliação de classes. Mais do que nunca faz as nossas consignas devem tremular pelo país: “Nem Bolsonaro, nem Mourão, nem Congresso de corruptos, nem Judiciário e fora Forças Armadas reacionárias!” e “Greve Geral de Resistência Nacional!”.
Exigimos:
– Imediatas condições a todos que estão trabalhando!
– Revogação da PEC – 95 (“PEC dos gastos”)!
– Suspensão do pagamento da Dívida Pública da União!
– Investimento imediato à saúde, pesquisas, educação e saneamento básico!
– Criação dos Comitês de Vigilância Sanitárias nos prédios, ruas, bairros, vilas e favelas, para combater e derrotar o Coronavírus!
– Viva a justa luta combativa, classista e independente!
São Paulo, 29 de Março de 2020
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