Abaixo o cerco e a criminalização das famílias do acampamento Manoel Ribeiro!

Em honra e glória aos HERÓIS DO POVO BRASILEIRO, celebrado por todas as entidades classistas e combativas no dia 09 de abril, data proposta pela Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo – FRDDP, escolhida devido ao covarde assassinato após ser torturado, do líder camponês – coordenador político da Liga dos Camponeses Pobres – LCP Renato Nathan, para lembrar todos os lutadores que verteram a seu generoso sangue, que não foram poucos desde que aqui chegaram os portugueses. Nada mais justo que exaltar os heróis camponeses, por representarem uma luta sangrenta, colmada de valorosos companheiros e companheiras: Renato Nathan, Enilson Ribeiro, Gilson, Sabiá, Zé Bentão, Dona Terezinha, Edilene Mateus Porto, Izaque Dias Ferreira (Rondônia), Luiz Lopes (Pará), Cleomar Rodrigues (Norte de Minas) dentre muitos outros, covardemente assassinados a mando do latifúndio e sob a conivência do velho Estado burocrático-latifundiário, a serviço do imperialismo, principalmente ianque.

A Liga Operária repudia veementemente todos os ataques aos camponeses pobres em luta pela terra, especialmente aos camponeses do acampamento Manoel Ribeiro, situado entre Corumbiara e Chupinguaia – Rondônia. Entendemos que eles são os legítimos donos dessas terras e pagaram com sangue, na histórica resistência conhecida como “Massacre de Corumbiara”, antiga Fazenda Santa Elina, que foi prometida pelos governos de turno, principalmente os do PT – cujo pelego-Mor Luiz Inácio, jurou entregar as terras às famílias, que só conseguiram graças a organização do Comitê de Defesa das Vítimas de Santa Elina – CODEVISE, que retomaram parte da área e com a tomada da área do acampamento Manoel Ribeiro, conseguem após 25 realizarem o juramento feito às vítimas e seus familiares, que verteram sangue e lágrimas em agosto de 1995 – quando o velho Estado em conivência com o latifúndio, vitimaram com sua patranha de policiais e pistoleiros (guaxebas). Nesse sentido, nos somamos com outras entidades classistas e democráticas na defesa dessa justa luta, por terra desses acampados.

Convocamos todos os lutadores do povo a não envidarem esforços e apoiarem as famílias do acampamento Manoel Ribeiro, que lutam para destruírem um latifúndio, nessa batalha de séculos contra a concentração de terras, garantidas pela grilagem e leis arcaicas, que segue os ditames dos colonizadores de nosso país. Desde então, os governos seguem fielmente essa cartilha, para que o imperialismo, principalmente ianque, siga explorando as nossas riquezas, mantendo-nos cativos e meros exportadores de matérias primas.

Essa patranha é para manter esse velho Estado burocrático-latifundiário, alicerçado no latifúndio e suas leis cartoriais que tomam as terras dos camponeses pobres, através das grilagens de terras, criminalizam e matam quem os que lutam. A história dessa resistência em Rondônia, remete-nos há mais de 25 anos e foi banhada de sangue, na grande resistência de 1995 na Fazenda Santa Elina. Nem mesmo os demagogos governos “populares” do PT/PCdoB – que prometeram demarcar a área, tiveram quase 14 anos e nada! Pelo contrário, aperfeiçoarem os métodos para cooptar, mapear e criminalizar lideranças. Através da Ouvidoria Agrária, em suas reuniões realizadas, serviram de tocaias, para que os guaxebas (pistoleiros) e grupos paramilitares comandados por policiais a soldo de latifundiários e agentes da ABIN, reconhecessem as lideranças e de forma seletiva as executassem.

Hoje o reacionário governo do Cel. Marcos Rocha, nomeou como secretário da Segurança, Defesa e Cidadania, o coronel José Hélio Cysneiros Pachá (conhecido por comandar o ataque à fazenda Santa Elina em 1995 “Massacre de Corumbiara”, onde foram assassinados 12 camponeses – dentre eles uma criança de 7 anos Vanessa Santos), tem como comandante geral da PM-RO o coronel Enedy Dias de Araújo (conhecido no estado por ser perseguidor histórico dos camponeses e principalmente da LCP). Por isso estão tentando aterrorizar as famílias e realizar um despejo ilegal e criminoso, dando carta branca para as tropas militares e os guaxebas agirem, usando todo tipo de terrorismo contra os trabalhadores dessa região.

Convocamos às entidades classistas e combativas a se somarem no rol de dos que enviarão mensagens aos gabinetes de todos os órgãos do velho Estado burocrático, seguirem a orientação da Nota da ABRAPO, intitulada “Após prisão de policiais militares, governo de Rondônia e secretário de segurança pública anunciam e praticam crimes contra camponeses.” no site do jornal A Nova Democracia.

Temos que barrar o despejo e mostrar que as famílias não estão só. Denunciamos, que nem mesmo as leis desse velho Estado essa patranha de criminosos institucionalizados está cumprindo, veja o trecho do deferimento da ordem de despejo: “… o juiz ao deferir a reintegração, condicionou que, em função do cenário de pandemia mundial e da Recomendação nº 90, de 2 de março de 2021 do Conselho Nacional de Justiça, a reintegração somente poderia ser cumprida, após a data de 29 de junho de 2021, desde que ocorra inflexão na curvatura da pandemia. …”

O que vemos aqui, é a mais pura criminalização e perseguição de uma justa luta, que coloca em “xeque” esse arcaico poder do latifúndio, que há séculos concentra as terras nas mãos de meia dúzia de parasitas, que visam escravizar o povo e manter as relações feudais e semicoloniais no país. Por esse motivo, denunciamos essa covarde ação do reacionário governador de Rondônia, seu secretário da Segurança, Defesa e Cidadania, o carniceiro coronel José Hélio Cysneiros Pachá (assassino de camponeses em Santa Elina) e o comandante geral da PM-RO o coronel Enedy Dias de Araújo (conhecido perseguidor dos movimentos de luta pela terra, principalmente da LCP)

Por isso, reforçamos o apelo à todos os movimentos, entidades e organizações políticas, classistas e combativas à apoiarem a luta e resistência do acampamento Manuel Ribeiro, denunciamos, que é criminoso esse cerco e que está a serviço do latifúndio, com a conivência do velho Estado e de todos os órgãos públicos, que negligenciam o justo direito desses camponeses, que pagaram com sangue o direito dessas terras. Não nos calaremos e estamos de olho. Exigimos a imediata saída das tropas, que estão mantendo o criminoso cerco ao acampamento Manoel Ribeiro há dias, intimidando e proibindo a entrada de alimentos e qualquer tipo de apoio. Exigimos o reconhecimento imediato do direito de propriedade às famílias camponesas, para que esses possam viver e plantar!

Viva a resistência das famílias do Manoel dos Santos!

 

São Paulo, 09 de abril de 2021

Coordenação Nacional da Liga Operária – SP

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