Todo apoio a greve dos operários da CSN!

A Liga Operária saúda os companheiros operários da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em greve desde início de abril. Outra greve em que os trabalhadores cansados do peleguismo no movimento sindical, que serve apenas para conciliar com os patrões, passaram por cima da direção dos Sindicatos de Congonhas e Volta Redonda decidiram manter o rumo no caminho da independência e combatividade. É dever de toda a classe operária apoiar e prestar solidariedade a justa luta dos companheiros da CSN, que devem se inspirar na heroica greve de 1988 na mesma empresa. Á época, após deflagração da greve reivindicando reajuste salarial, estabilidade, jornada de 40 horas e outras pautas, mais de 10 mil operários ocuparam e paralisaram as atividades da empresa em Volta Redonda por 17 dias, ganhando amplo apoio das massas da cidade. Com sua organização e decisão, os trabalhadores aplicaram táticas de luta combativas, montaram guarda em pontos estratégicos na produção da fábrica e seguiram firmes em sua unidade realizando assembleias diárias para debater a resistência à repressão e os rumos da greve.

Operários manifestando na porta da Usina durante histórica greve da CSN em 1988

Como não poderia deixar de ser, a medida tomada pelo velho Estado – a época gerenciado pelo senhor feudal José Sarney – foi enviar tropas e tanques para cima dos trabalhadores, assassinando os operários Carlos Augusto Barroso (19 anos), Walmir Freitas Monteiro (27 anos) e William Fernandes Leite (22 anos). O sangue derramado desses companheiros, ao invés de abalar os operários, só fez aumentar sua determinação e seu ódio de classe.

Como cães de guarda do sistema de exploração e opressão militares intimidam trabalhadores com tanque

Após tal acontecimento, que ficou conhecido como Massacre de Volta Redonda, se aproveitando da comoção popular foi que o oportunismo manobrou para o pântano da conciliação e conseguiu ganhar na farsa eleitoral a gerência das prefeituras em Volta Redonda, São Paulo, Campinas, Ipatinga e Porto Alegre. Apesar de toda a combatividade que os trabalhadores estão dispostos a imprimir em suas lutas, o que demonstra essa luta do proletariado brasileiro é que sem direção proletária revolucionária a justa rebelião das massas serão captadas para o podre jogo eleitoral das classes dominantes e persistirá a exploração, opressão e dominação imperialista. Prova disso é a própria CSN, que nos anos 90 será privatizada na gestão de Itamar Franco (sucessor de Color após impeachment devido a corrupção escancarada de seu governo) como parte do desmonte do parque industrial brasileiro e submissão total do país aos interesses de potências estrangeiras, principalmente os EUA.

Hoje, mais uma vez os companheiros da CSN estão em greve desde início de abril, exigindo reajuste salarial de 30% pois há dois anos não tiveram salários reajustados, reintegração dos demitidos (já conquistada no dia 03 de maio), participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 25% dos dividendos, fim do banco de horas, plano de saúde nacional e cartão alimentação de R$800,00. Portuários, metalúrgicos e mineiros da CSN se somam as outras tantas greves que acontecem país afora, greves combativas com disposição de luta dos trabalhadores, e são sintomas e parte do grandioso e inevitável levantamento das massas contra a crise, o atraso da nação e as políticas antioperárias, vende-pátria, de maior repressão e criminalização da organização e luta popular. São estas as tarefas reacionárias que as classes dominantes precisam cumprir, através do golpe militar de ação preventiva a este levante desatado pelo Alto Comando das Forças Armadas a serviço do imperialismo, principalmente ianque, para tentar salvar o sistema de exploração e opressão.

Nesta luta que já dura mais de um mês, os trabalhadores elegeram uma comissão de negociação independente que fez por si mesma as pautas de reivindicação. Os operários marcharam para a sede do Sindicato em Volta Redonda no dia 07/04, onde rechaçaram o velho método oportunista do Sindicato de votação secreta da proposta da patronal, de reajuste de 8,1% para quem recebe até 3 salários mínimos e 5% para valores mais altos.

Os operários da CSN em Volta redonda atropelaram a direção pelega do Sindicato, rechaçaram votação secreta da proposta patronal e criaram suas próprias pautas de reivindicações

No processo da luta, já algumas rodadas de negociação foram feitas, todas com descaso da patronal e rechaçadas pelos trabalhadores. A CSN ofereceu valores de reajuste variando entre 8 e 11% a depender da faixa salarial, valores abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acumulado em mais de 12% no último ano. O patrimônio nos últimos dois anos da empresa cresceu 300%, ou seja, triplicou. No dia 12 de abril, como forma de amedrontar os trabalhadores e enfraquecer o movimento grevista, a CSN demitiu cerca de 30 funcionários sem qualquer justificativa que participaram da comissão de negociação, além de entrar na justiça para decretar a greve ilegal. Porém foi derrotada e obrigada a recontratar os funcionários demitidos e a greve segue firme.

Mineiros da CSN em Congonhas paralisam as atividades

Saudamos novamente de forma efusiva os companheiros da CSN. Seu exemplo, assim como de várias outras categorias que se levantaram em greve neste ano, junto as massas brasileiras que vão a luta contra os cortes de direitos, contra a pobreza, carestia de vida e fome, contra a repressão brutal e criminalização de sua luta, demonstram que 2022 será um ano explosivo. A Liga Operária e outras organizações classistas tem apontado que o caminho para enfrentar e derrotar nossos inimigos em seus ataques ao povo deve ser o de construir uma vigorosa Greve Geral de Resistência Nacional!

Viva a Luta Classista e Combativa!

Viva a greve dos operários da CSN!

Construir uma vigorosa Greve Geral de Resistência Nacional!

11 de maio de 2022

Coordenação Nacional da Liga Operária

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