BA: Trabalhadores da CSN fecham avenidas de Salvador durante protesto

Reproduzimos abaixo notícia retirada do jornal A Nova Democracia. A Liga Operária saúda a combativa luta dos trabalhadores rodoviários do extinto consórcio CNS e convoca toda a classe operária e as massas trabalhadoras a apoiarem todas as lutas dos trabalhadores pelos seus direitos.

 

BA: Trabalhadores da CSN fecham avenidas de Salvador durante protesto

Rodoviários protestam em Salvador por indenizações e empregos. Foto: Reprodução

No dia 19 de julho, trabalhadores rodoviários do extinto Consórcio Salvador Norte (CSN) realizaram mais um grande protesto na capital da Bahia para exigir o pagamento de indenizações e para cobrar a reincorporação de trabalhadores demitidos.

A manifestação iniciou-se por volta de 11h15 e contou com cerca de 800 trabalhadores que percorreram as avenidas Tancredo Neves e ACM durante mais de 6h. Após a caminhada, os trabalhadores se concentraram em frente a rodoviária de Salvador e seguiram com o protesto por mais duas horas, até 20h. Os trabalhadores fizeram falas de denúncias contra o conluio existente entre as empresas privadas de transporte e o velho Estado, representado nesse caso pela prefeitura de Salvador, que tem o reacionário Bruno Reis (União Brasil) à frente.

Os trabalhadores cobram o pagamento de direitos trabalhistas aos funcionários demitidos e a reincorporação desses em outras empresas que operam no transporte público de Salvador. Ao final do ato, prometeram seguir realizando mobilizações até que suas exigências sejam atendidas pela prefeitura.

SUCESSIVOS PROTESTOS

No dia 14 de julho, os rodoviários da extinta CSN bloquearam a saída de ônibus da Estação da Lapa. O protesto somou-se aos que estão sendo realizados desde 2020, quando a prefeitura interveio na CSN. Outro grande protesto realizado pelos rodoviários, aconteceu no dia 14 de fevereiro do presente ano, quando 42 ônibus da empresa foram destruídos pelos trabalhadores em justa revolta.

Os trabalhadores cobram ao prefeito Bruno Reis (União Brasil) que atenda às suas reivindicações. Após a criminosa privatização do transporte público da cidade, ficou nas mãos do governo fiscalizar o trabalho das empresas privadas que prestam serviços para o município. Porém, pelas denúncias dos trabalhadores, fica claro que a prefeitura estava interessada somente em atender aos interesses dos empresários do transporte público, que lucram em cima da desgraça do povo.

INTERVENÇÃO NA CSN

Em junho de 2020 a prefeitura de Salvador decretou intervenção na CSN após receber do Sindicato do Rodoviários denúncias de descumprimento do acordo coletivo assinado com a categoria, além de atrasos constantes no adiantamento salarial e nos tíquetes alimentação.

Já em março de 2021, a empresa teve o contrato rescindido pela prefeitura, após uma auditoria apontar diversas irregularidades na gestão do contrato. Depois disso, 2,8 mil funcionários da empresa foram contratados pela prefeitura. Segundo o Sindicato dos Rodoviários, cerca de 800 trabalhadores ficaram desempregados. Eles também não foram indenizados e não tiveram qualquer assistência.

Com isso, em julho de 2021, o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5-BA) homologou um acordo firmado entre a prefeitura de Salvador, o Sindicato dos Rodoviários e o Grupo Concessionária Salvador Norte (GCSN). Deste acordo, ficou encaminhado que a empresa irá fazer a transferência de R$ 20.637.746 para o município para garantir o pagamento de dívidas trabalhistas.

No mês de agosto de 2021, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) emitiu o documento que faltava para que a prefeitura de Salvador liberasse os R$ 20 milhões para o pagamento das indenizações dos trabalhadores demitidos da antiga CSN. Ainda no mesmo mês, a prefeitura de Salvador realizou o depósito de cerca de R$ 20 milhões, que seriam usados para pagamentos de indenizações dos trabalhadores demitidos da antiga concessionária. Desde então, nada dos trabalhadores receberem seus salários.

Os trabalhadores seguem em protesto para que os valores sejam pagos a eles.

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