‘Black Friday’ é marcada por protestos e greves de trabalhadores da Amazon

Repercutido de A Nova Democracia

No dia 25 de novembro, durante a chamada “Black Friday”, trabalhadores da Amazon declararam greve em milhares de armazéns de 40 países por melhores condições de trabalho e melhores salários. Os operários denunciaram a superexploração a que são impostos cotidianamente e que são elevados ainda mais em eventos como este. As greves ocorreram em diversos países dos cinco continentes.

Alemanha, Reino Unido, Argentina, Estados Unidos, Índia, Áustria, República Tcheca, França, Hungria, Holanda, Polônia, Cambodia, Eslováquia, Bélgica, Japão e Bangladesh foram alguns dos países que foram sacudidos pela massiva mobilização internacional.

Na Alemanha, os trabalhadores paralisaram ao menos dez armazéns da empresa imperialista. No Reino Unido, centenas de trabalhadores somaram-se à greve e realizaram manifestações e piquetes em frente aos centros de distribuição da Amazon. As massas em luta denunciaram que a empresa explora os trabalhadores por meio de baixos salários e imposição de longas jornadas de trabalho. Somente no Reino Unido, a receita da empresa subiu 12,6% em 2021, atingindo o valor de 23,2 bilhões de libras (R$ 151 bilhões). Além da greve dos trabalhadores da Amazon, outros 200 mil trabalhadores dos mais diversos setores entraram em greve no Reino Unido contra a grave crise econômica que assola o povo do país.

No Estados Unidos (USA), país que foi estremecido por mais de 180 greves ao longo de 2022, a mobilização dos trabalhadores da Amazon atingiu as cidades de Missouri, Alabama, Columbia, Bessemer, Philadelphia, Pennsylvania, Portland, Oregon e a capital Washington D.C. Em Nova Iorque, os trabalhadores protestaram em frente a uma das várias casas do imperialista Jeff Bezos, dono da empresa imperialista que, só no USA, explora em torno de 1 milhão de trabalhadores. As greves dos trabalhadores no USA ocorrem depois de meses de esforços dessas massas para formarem sindicatos, enfrentando e derrotando as sabotagens da empresa.

No Japão, motoristas de empresas terceirizadas contratadas pela Amazon realizaram um protesto em frente ao principal prédio da varejista imperialista, em Tóquio, capital do país. Em Bangladesh, trabalhadores da Amazon também tomaram parte na mobilização internacional. Na Índia, vendedores ambulantes se somaram aos milhares de trabalhadores da Amazon que declararam greve no país e protestaram em ao menos 23 cidades. As massas indianas em luta exigiam contratos fixos, redução das horas mínimas de trabalho e o salário mínimo fixado em 25 mil rúpias (R$ 1.653,86).

AMAZON E A SUPEREXPLORAÇÃO

Em todo o mundo, a Amazon é conhecida por seu histórico de superexploração dos trabalhadores. Atualmente, a varejista é uma das maiores empresas imperialistas do mundo, alcançando receitas anuais de 469 bilhões de dólares (R$ 2,13 trilhões). Os trabalhadores relatam diversos casos de abusos trabalhistas cometidos nos armazéns e centros de distribuição da empresa.

São inúmeras as denúncias, por exemplo, de trabalhadores de armazéns ou motoristas que são forçados a urinar em garrafas porque a empresa não fornece pausas suficientes para ir ao banheiro. As denúncias sobre esses casos foram tantas que, em 2021, a própria empresa admitiu que o fato realmente ocorria. O mesmo ocorre com a hidratação dos trabalhadores, que são punidos e podem até ser demitidos por sair da linha da produção para beber água.

Além disso, a empresa imperialista possui um histórico de números recordes de acidentes de trabalho. Em 2021, 50% dos acidentes registrados em armazéns do USA estavam vinculados aos depósitos gerenciados pela Amazon. Em 2021, um tornado matou seis trabalhadores de um depósito da Amazon em Illinois, no USA, que foram forçados a continuar trabalhando apesar do avanço da tempestade.

TRABALHADORES DE TODO O MUNDO RESISTEM À CRISE 

A mobilização internacional dos trabalhadores da Amazon expressa um avanço significativo na organização dessas massas. Desde 2020, os funcionários da varejista monopolista têm se organizado para lutar pelos seus direitos, contornando assim os obstáculos e sabotagens impostos para impedir a construção de sindicatos. No último ano, sindicatos foram criados pela primeira vez em diversos armazéns da varejista pelo mundo. Agora, os trabalhadores avançam mais e mais em sua resistência contra a superexploração.

O avanço da luta dos trabalhadores da Amazon não é um fenômeno isolado. Ao longo de 2022, com o avanço da crise sem precedentes do imperialismo, que fez a inflação atingir os níveis mais altos em décadas em dezenas de países, trabalhadores de diversos setores de países como FrançaBélgicaAlemanhaGréciaUSAChile e África do Sul, realizaram massivas e combativas greves e protestos por todo o mundo. Nessas mobilizações, além da participação de setores que nunca antes haviam se organizado ou experimentado greves, a quantidade de massas mobilizadas atingiu recordes históricos, prenunciando assim o início de uma nova época de greves, protestos e rebeliões cada vez maiores.

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