Todo apoio a greve dos aeronautas!

Repercutimos matéria publicada em A Nova Democracia, e enviamos nossas saudações classistas e combativas aos companheiros e companheiras aeronautas que seguem firmes em sua greve exigindo aumento salarial e outros direitos. Já ao fim do ano, é mais uma greve que confirma o que já afirmávamos desde o início do ano que 2022 seria um ano explosivo, com as massas trabalhadoras empurradas a luta frente grave crise de decomposição do capitalismo burocrático por que passa o país.

Urge aos democratas, revolucionários e lutadores do povo agitar e preparar desde já uma vigorosa Greve Geral de Resistência Nacional, elevando a mobilização, politização e organização da classe para enfrentar as medidas anti-povo e vende pátria dos governos lacaios do imperialismo, principalmente ianque, e tutelados pelas Forças Armadas reacionárias!

 

Aeronautas do Brasil entram em terceiro dia de greve vitoriosa

Aeronautas dos principais aeroportos do país, em pelo menos sete estados, ingressaram no terceiro dia de sua vitoriosa greve, que se iniciou em 19 de dezembro, em luta por aumento real dos salários e por horários de folga definidos, e contra um Projeto de Lei que pretende permitir a terceirização dos tripulantes. Os trabalhadores da aviação têm denunciado as péssimas condições de trabalho a que são submetidos. Os monopólios da aviação, por sua vez,  têm lucros recordes através do aumento abusivo das passagens para os passageiros e do arrocho salarial e aumento da exploração dos trabalhadores (pilotos e copilotos, comissários de bordo e voo, controladores de tráfego aéreo, entre outros).

A greve ocorre por tempo indefinido nos aeroportos de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Campinas (SP), Porto Alegre (RS), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG) e Fortaleza (CE), até que seja feita uma proposta pelas empresas que condiga com as exigências dos trabalhadores.

Os pilotos e comissários de bordo reivindicam um aumento salarial de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e um ganho real acima da inflação de 5%. Além disso, exigem direitos de veto na alteração de folgas. Eles também rechaçam o Projeto de Lei 2.835/19, que contém uma emenda que permite a terceirização dos tripulantes, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados. As negociações com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) e Tribunal Superior do Trabalho (TST) ocorrem há mais de 2 meses, e nada além de migalhas foi ofertado aos trabalhadores, que recusaram proposta de recomposição salarial pelo INPC e ganho real de míseros 0,5%, além da “autorização para tripulantes venderem voluntariamente as folgas”.

Ronie Gaião, diretor de Regulamentação e Convenções Coletivas do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) afirma, por sua vez, que “nosso pedido é justo e coerente diante dos resultados apresentados pelas empresas, que atingiram um patamar de lucratividade acima do da pré-pandemia, muito disso devido ao grande aumento dos preços das passagens.”.

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Henrique Hacklaender, em entrevista ao monopólio de imprensa Jovem Pan, afirmou que há três anos o salário dos tripulantes está defasado, acrescentando que o querosene das empresas está sendo subsidiado pelo velho Estado, mas que nenhum repasse está sendo feito por parte das empresas para aliviar os custos das passagens ou aumentar o salário dos trabalhadores.

O presidente do sindicato também expôs que os tripulantes têm seu trabalho definido através de escalas e horários de folga, sendo que os horários de folga não estão sendo definidos atualmente nas escalas e que, quando são definidos, as escalas são alteradas de forma arbitrária. A consequência é que comumente os pilotos e comissários vão ao trabalho exaustos, sem direito a um descanso digno.

Em vídeos publicados em seu canal no youtube, o sindicato denuncia, ainda, ameaças de demissão frequentes mediante a reclamações sobre a falta de horários de folga, através das leis de gestores das empresas.

A União de Sindicatos e Associações de Pilotos da Latam Airlines (USAPLA), entre outros sindicatos internacionais e nacionais, escreveu uma carta em apoio aos colegas brasileiros em greve e denunciou que o monopólio Latam foi uma das empresas que propôs reduções salariais permanentes aos trabalhadores durante o período da pandemia. O sindicato disse que “a administração da Latam Brasil fracassa em reconhecer que a produtividade máxima das tripulações, associada ao mínimo custo e abusos de jornada de trabalho no limite da regulamentação, comprometem o descanso necessário e colocam em risco a segurança de voo”. Dias antes, o SNA já havia oficiado a Latam Airlines Brasil após receber diversos relatos de tripulantes acerca de fadiga. De acordo com as denúncias recebidas pelo Departamento de Segurança de Voo do sindicato, a empresa utilizava o máximo de horas nas programações e o mínimo de horas para descanso.

MONOPÓLIOS AUMENTAM EXPLORAÇÃO APÓS PANDEMIA

Os monopólios da aviação justificam os baixos salários dos tripulantes por uma suposta “baixa lucratividade” durante a pandemia. Entretanto, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), na América Latina, as companhias recuperaram o tráfego “de forma robusta”. A demanda hoje está em 94,2% do nível pré-crise, abaixo apenas da verificada no Estados Unidos, de 95%. Além disso, prevê-se para o ano que vem bilhões de dólares a mais em lucros em relação ao ano de 2022. Além disso, o preço médio das passagens aéreas no Brasil subiu 36,4% de janeiro a julho deste ano, para R$ 606,42, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em comparação a igual período de 2021.

Os trabalhadores da aviação não foram os únicos a sofrer com a superexploração e falta de direitos trabalhistas durante e após a pandemia. Cerca de 13 mil bancários foram demitidos entre março de 2020 e fevereiro de 2021, durante a pandemia da Covid-19. Devido à demissão em massa dos bancários e o aumento da exploração daqueles que permaneceram, junto das taxas abusivas de juros repassados aos clientes, os cinco maiores grupos bancários do país, que reúne o Itaú, Bradesco, Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal e Santander, encerraram o ano de 2021 com um lucro líquido de R$ 132 bilhões, batendo novo recorde e superando em 49% o lucro obtido em 2020.

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