Greve na construção civil de BH aponta caminho da luta classista e combativa!

Desde o início da manhã da última segunda-feira, dia 17 de janeiro, os operários da construção civil de BH e região deflagraram greve. Os trabalhadores, organizados pelo seu sindicato Marreta e a Liga Operária, se levantaram em resposta ao desrespeito do Sinduscon-MG (sindicato patronal) que, desde novembro do ano passado, se nega atender as mais elementares reivindicações dos trabalhadores como a reposição salarial baseada no INPC (11,08%), mais ganho real e ainda quer impor a retirada de direitos dos trabalhadores, como a absurda e inaceitável tentativa dos patrões de impor aos operários o famigerado banco de horas. A greve teve início justamente no setor em que são construídos os apartamentos de alto luxo, na Vila da Serra, Nova Lima, onde, cada apartamento chega a custar mais de R$ 10 milhões de reais e, como afirma o próprio Sinduscon-MG, é justamente a construção de altíssimo luxo a que mais cresceu durante a pandemia.

A participação da juventude operária tem sido decisiva e dado um sufoco na patronal e seus capachos. Após cinco dias de paralisação em Nova Lima nessa segunda-feira, dia 24 de janeiro, a greve chegou à região central da capital. Desde o primeiro dia de greve os operários enfrentam as provocações da PM com constantes ameaças de prisões e a pressão dos patrões com ameaças de demissão e o corte de dias de trabalho. O clima nos canteiros de obra é de muita indignação e disposição de luta dos operários que denunciam abusos cotidianos como cestas básicas de péssima qualidade, inexistência de almoço e o lanche da tarde, não pagamento de horas-extras e imposição dos trabalhos aos sábados.

Os operários da construção civil  de BH e região enfrentam a arrogância e intransigência dos endinheirados empresários com organização e luta. O desespero da patronal é tamanho que algumas empresas já procuram o Marreta para negociar separadamente, percebendo que a intransigência do sindicato patronal atiça a revolta operária criando um ambiente de indignação generalizada nos canteiros de obra que representará prejuízos para os patrões independentes, inclusive, do resultado da atual rodada de negociações. O desespero é tamanho que esses parasitas passaram a atacar o Marreta, enviando cartas às empresas á suas associadas, pedindo para que não cumpra a Convenção Coletiva de Trabalho – CCT, principalmente não repassar os recursos da Cota Negocial ao Sindicato, pensando que com isso freará a luta dos operários.

O Marreta responde com organização a esses ataques, ampliando o apoio do movimento grevista, contando com a participação ativa e a solidariedade classistas da juventude, professores, mulheres, entidades e movimentos populares como a Luta pelo Socialismo (LPS),  Sindicato dos Correios (Sintect-MG), SindUTe Vespasiano e São José da Lapa, a Executiva Mineira de Estudantes de Pedagogia (ExMEPe) e  o Sindicato dos trabalhadores da Construção  de Pedro Leopoldo.

A greve dos operários da construção civil é um termômetro da luta de classes no país. Como expressão desse inevitável levantamento das massas que o governo militar genocida de Bolsonaro não consegue e não conseguirá deter! Os operários organizados pelo MARRETA se somam aos protestos e greves do funcionalismo público, trabalhadores rodoviários, caminhoneiros, estudantes, professores dentre outros setores que começam se avolumar num ambiente política de extrema divisão entre as classes dominantes, descrédito do sistema político, piora de todas as condições de vida e sobrevivência das massas populares, crescimento e radicalização  da luta pela terra.

Nesse cenário de enormes dificuldades, mas, também, de brilhantes perspectivas para a luta operária e popular o MARRETA conclama a unidade da classe por meio da construção da Greve Geral de Resistência Nacional. Como afirmou um representante da Liga Operária em uma de suas intervenções durante a greve: “Temos que nos unir e barrar os ataques desse governo militar genocida, que colocou os operários da construção para morrer e segue agindo de forma anticientífica no combate a Covid-19 e de forma sorrateira, usa ela, para justificar os ataques aos trabalhadores e o povo. A única forma, de fazermos frente à esses ataques, é buscando a unidade classista, já que as categorias lutando sozinhas, são presas fáceis aos parasitas, que só pensam em lucros. Todo apoio aos operários da Construção Civil em luta!”

Se o salário não subir, não vamos construir!

Patrão nojento, cadê o nosso aumento!

Patrão salafrário, quer baixar nosso salário!

 

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