Vale segue matando e crime de Mariana segue impune!

A cada dia e hora que se passa, fica mais nítida a conivência das “autoridades” da semicolônia Brasil, pois enquanto as famílias atingidas pelo criminoso rompimento da barragem de Fundão em Mariana em 05 de novembro de 2015, que arrasou principalmente Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo, Gesteira e Barra Longa banhadas pelos rios Gualaxo do Norte e do Carmo afluentes da Bacia do Rio Doce.

Esse crime premeditado de ação continuada segue impune, mesmo com todo o alarde e proporção que teve no monopólio de imprensa e nos ciclos de debates. Considerado como o maior crime socioambiental do mundo, envolvendo barragens de rejeitos, atingiu mais de 230 municípios ao longo de mais de 600km pela bacia do Rio Doce em dois estados: Minas Gerais e Espirito Santo, onde seguiu mar a dentro até o Arquipélago de Abrolhos – litoral Sul da Bahia.

Na época muito se falou em punir, multar e reter bens da Samarco (“joint-venture”, ou testa-de-ferro),  é a Vale e a anglo-australiana BHP – Billiton, que respondem pela Samarco. Na época, enquanto o povo procurava seus parentes em meio a toneladas de lama de rejeito, a gerente Dilma Rousseff e Fernando Pimentel – ambos PT, sobrevoavam o lamaçal de helicóptero, depois pousou na sede da empresa, para prestar a “solidariedade” a Samarco. O MP – Ministério Público soltou notas, denunciando o crime e inclusive falou em multa bilionária contra a empresa, que segue sem pagar. Foi vasada informações de que em 2013 a Samarco havia pedido permissão para construir um novo dique no municipio de Bento Rodrigues, mas foi negado, justamente por ter sido negado pelas famílias, que não abriam mão de morar no local.

Porém dois anos depois, a lama varreu do mapa as casas dos moradores de Bento Rodrigues (justamente no local onde a Samarco havia requerido para a construção do dique), depois de tudo o gerente Pimentel autorizou a construção do Dique4. O terrorismo da Vale/BHP/Samarco, não parou por aí, segue fazendo vítimas como em Brumadinho no dia 25 de janeiro de 2019, assassinando centenas de pessoas, muitas ainda continuam soterradas, Em Nova Lima, Itabirito, Barão de Cocais e Congonhas, o povo esta sofrendo de terrorismo psicológico, já houve até casos de suicídio, por temerem o risco de  soterramento, como em Mariana e Brumadinho.

As famílias organizadas pelo MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens realizam encontros, debatem a situação, realizam manifestações, para denunciarem a situação, porém a morosidade e conivência do velho Estado burguês-latifundiário, serviçal do imperialismo, principalmente ianque, contribui para que nada seja feito.

Ao completar quatro anos do crime que vitimou diretamente 19 pessoas em números “oficiais” (sem levar em conta os suicídios), o MAB realizou uma passeata até Barra Longa, os participantes seguiram o percurso cada um com um tijolo, para construir em mutirão a casa de Yolanda Golveia, 29 anos casada e mãe de três filhos, como parte da campanha “A Vale destrói, o povo constrói”. A construção da casa de Yolanda pelas mãos do povo, mostra que nesses 1.461 dias, depois do crime a da Vale/BHP/Samarco só enrolou as famílias, principalmente ao criar a Fundação Renova (alegando que era para “reduzir a burocracia” e atender os atingidos), além de usar a Assessoria Técnica da Cáritas, como mediadora, mesmo assim as famílias seguém inacistidas e sem critérios, a Renova serviu apenas para iludir e jogar pesado para impedir que as pessoas recorram a “justiça”.

Há denuncias de que muitos atingidos receberam por fora uma quantia, para tirarem o processo contra a Samarco, inclusive, muitos desses alegam que aceitaram, para não ficar esperando por essa morosa “justiça”, já que a Samarco disse que irá seguir a “Lei” e essa lei da grande burguesia, permite que a empresa recorra(que é o que está ocorrendo). Sempre quando vai se aproximando da fatídica data de 5 de novembro, realizam propagandas e reuniões, prometem “solução”, porém o que vemos? As famílias desabrigadas, os projetos atrasados e o dessespero aumentar, principalmente dos moradores de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo, Gesteira e Barra Longa, onde foi mais atingido. O terreno do “Novo Bento Rodrigues”, só tem terraplanagem e a cada ano uma nova promessa (agora passou para o ano que vem 2020), em Paracatu, Gesteira e Barra Longa seguem na incerteza.

O fato é que em todo o percurso onde percorreu a lama, as pessoas seguem sofrendo: há denuncias de contaminação de animais e também de proliferação de doenças pulmonares (causados pela lama de rejeito, que após secar, transformou em poeira tóxica com silicose). A tribo indígena Krenak, que vivem diretamente das águas do Rio Doce, com a lama tóxica, todo o povo teve que abrir mão de seus costumes e muitos adoeceram e para completar há falta de estrutura para tratamento de saúde.

Diante de todos esses fatos o velho Estado, além de conceder a criação do Dique 4 em Bento Rodrigues (um ano após o crime), agora aos quatro anos que seguem impune a Samarco recebeu uma nova concessão de funcionamento, enquanto que as famílias seguem morando de favor, doentes, gastando dinheiro com remédios e tratamentos psicológico e as ditas “autoridades”, como Jair Bolsonaro e Zema falando e abrandar as leis regulatórias para a concessão para mineração no país. Ou seja, o Brasil segue sendo explorado! Desde que aqui chegaram os portugueses. Por isso, temos que seguir os grandes exemplos dos levantes ocorridos em nossa história, banhados de sangue e glória de nossos heróis, contra a derrama de nossas riquezas, como o de Vila Rica, Conjuração Mineira, Revolta do Malês e etc., não há outro caminho, temos que romper com a ilusão, a burguesia e o latifúndio, não nos dará nada!

A Liga Operária é defensora da luta classista e não nutre nenhuma ilusão nesse velho Estado, principalmente por este estar aprofundado em crises cada vez mais aguda do capitalismo burocrático. Para isso, temos que construir uma verdadeira e vigorosa Greve Geral de Resistência Nacional, para por abaixo essa política de exploração e opressão e derrotar parte por parte essa submissão aos grandes burgueses, banqueiros e latifundiários e construir um Brasil novo, com uma nova e verdadeira democracia, para fazer desenvolver as nossas indústrias de forma racional e voltada à servir ao povo e não à essa meia dúzia de parasitas.

Exigimos respeito a todas as vítimas da Vale/BHP/Samarco assassinas!

Cadeia para todos os responsáveis pelo crime de Mariana!

Cadeia para todos os responsáveis pelo crime de Brumadinho!

Vejam:

https://anovademocracia.com.br/no-180/6732-crimes-premeditados-e-continuados-da-vale-bhp-samarco

https://anovademocracia.com.br/noticias/7271-mg-justica-suspende-processo-contra-samarco

https://anovademocracia.com.br/no-183/6795-lider-krenak-denuncia-crime-da-vale-bhp-samarco-no-rio-doce-o-watu

https://anovademocracia.com.br/noticias/10694-1500-acordos-firmados-entre-samarco-e-pescadores-vitimas-da-tragedia-de-mariana-sao-modificados-durante-recesso-judicial-de-fim-de-ano

https://anovademocracia.com.br/no-170/6439-samarco-vale-bhp-billiton-seis-meses-de-impunidade-das-mineradoras-e-conivencia-do-velho-estado-semicolonial

https://anovademocracia.com.br/noticias/11477-coasa-brumadinho-vale-assassina-e-terrorista-organizar-o-apoio-e-solidariedade-aos-atingidos-pelos-crimes-da-vale

 

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*