Viva a luta do povo de Ouro Preto contra a privatização da água!

Repercutimos matéria do de AND sobre a luta contra a entrega da água da cidade de Ouro Preto a empresa imperialista Saneouro, e saudamos efusivamente a luta combativa levada a frente pelas massas da cidade organizadas e dirigidas pelo Comitê Sanitário de Defesa Popular de Ouro Preto, Mariana e Região!

 

MG: Povo de Ouro Preto segue em luta combativa contra privatização da água

Povo de Ouro Preto e Comitê Sanitário de Defesa Popular (CSDP) realizam grande manifestação contra a privatização da água pela Saneouro. Foto: Banco de Dados AND

Uma manifestação contra a privatização do saneamento e distribuição de água municipal foi realizada no dia 8 de agosto em Ouro Preto. As massas, junto do com o Comitê Sanitário de Defesa Popular (CSDP), expulsaram a empresa multinacional Saneouro do distrito Santa Rita e queimaram os boletos das contas da Saneouro em uma fogueira de são joão.

Após tentativa desesperada da Saneouro de invadir o distrito e instalar à força os hidrômetros para atingir a meta contratual de 90% das casas do município hidrometradas, o que lhe possibilitaria, segundo os termos do contrato com a prefeitura, iniciar a cobrança abusiva pelo consumo sobre toda a população, os moradores do distrito derrotaram mais uma vez os planos da multinacional.

Povo de Ouro Preto e Comitê Sanitário de Defesa Popular (CSDP) realizam grande manifestação contra a privatização da água pela Saneouro. Foto: Banco de Dados AND

Uma manifestação contra a privatização do saneamento e distribuição de água municipal foi realizada no dia 8 de agosto em Ouro Preto. As massas, junto do com o Comitê Sanitário de Defesa Popular (CSDP), expulsaram a empresa multinacional Saneouro do distrito Santa Rita e queimaram os boletos das contas da Saneouro em uma fogueira de são joão.

Após tentativa desesperada da Saneouro de invadir o distrito e instalar à força os hidrômetros para atingir a meta contratual de 90% das casas do município hidrometradas, o que lhe possibilitaria, segundo os termos do contrato com a prefeitura, iniciar a cobrança abusiva pelo consumo sobre toda a população, os moradores do distrito derrotaram mais uma vez os planos da multinacional.

POVO É LESADO COM A PRIVATIZAÇÃO

Em 311 anos de história, a população de Ouro Preto jamais teve de pagar pela água, havendo somente uma taxa fixa e única de serviço, independentemente de ser indústria, comércio ou moradia. Com a concessão em 2019, que terá 35 anos de duração, os serviços de água e esgoto, passaram a ser prestados por empresas privadas.
TRÊS ANOS DE COMBATE E RESISTÊNCIA
Povo de Ouro Preto e Comitê Sanitário de Defesa Popular (CSDP) realizam grande manifestação contra a privatização da água pela Saneouro. Foto: Banco de Dados AND

As massas de Ouro Preto lutam há três anos contra a privatização do saneamento do município, garantido à Saneouro, pertencente ao grupo monopolista GS Inima, quinto maior conglomerado de empresas da Coréia do Sul. Com negócios nos setores de petróleo, engenharia e construção, energia, dentre outros, e conta com faturamento superior a 67 bilhões de dólares.

A luta tomou vulto maior há cerca de um ano, quando organizadas pelo CSDP as ações de resistência ficaram cada vez mais certeiras e combativas. O CSDP tem desenvolvido a estratégia de formar comissões de luta por bairro e distrito e organizar o povo para se manter vigilante à chegada da empresa. Os moradores bloqueiam as entradas dos bairros para impedir que seja realizada a instalação dos hidrômetros.

Além dos constantes bloqueios dos bairros, os moradores juntos do CSDP já realizaram inúmeras grandes manifestações, assembleias e, no ano passado, um veículo da Saneouro foi incendiado após inúmeros assédios da Polícia Militar aos moradores, a mando da empresa.

 

O QUE DIZ O CSDP?

Povo de Ouro Preto e Comitê Sanitário de Defesa Popular (CSDP) realizam grande manifestação contra a privatização da água pela Saneouro. Foto: Banco de Dados AND

Na Carta do Povo de Ouro Preto, publicada ao longo da luta, os moradores e o CSDP afirmam que historicamente o povo ouropretano tem enfrentado as consequências do roubo sistemático de suas riquezas naturais, que geram fartura para meia dúzia de grandes bancos e agências do capital financeiro, deixando rastros de soterramentos, mortes, miséria para o povo e dependência econômica para a região: “se não bastassem o perverso legado de séculos inteiros de escravidão colonial e a mais recente exploração das nossas riquezas minerais pelo imperialismo e seus cartéis de bancos, agora estamos acompanhando a entrega de nossa água para mais uma empresa de fachada do grande capital financeiro monopolista, a Saneouro”.

Denunciam, também, que a região possui inúmeros problemas com o acesso à água potável causados pela falta de tratamento e escassez, o que não é um problema natural, já que existem diversas nascentes no município. A falta d’água é causada pelo esgotamento dos lençóis freáticos devido ao volume de água extraído pela atividade minerária: “nossa água escorre diuturnamente pelos minerodutos da Vale”, destacam.

Eles também destacam que estão cansados da velha política de sucatear os serviços públicos para entregá-los à iniciativa privada, e citam a Vale do Rio Doce, antes, uma empresa estatal, e agora, empresa privada do capital monopolista preocupada, unicamente, com o lucro de suas acionistas em detrimento da vida. Também apontam o Serviço Municipal de Água e Esgoto de Ouro Preto (Semae-OP) e relembram que toda a estrutura e material da Semae foi doado à Saneouro em uma verdadeira ação de entrega do patrimônio do povo.

GOVERNO MILITAR DE BOLSONARO APROFUNDA PRIVATIZAÇÕES

Na 2° Carta do Povo de Ouro Preto, destaca-se que a privatização da água em curso é o resultado da política entreguista dos  sucessivos governos de turno e aprofundadas pelo governo militar de Bolsonaro e  generais expressa na aprovação do novo marco legal do saneamento básico no Brasil (Lei  14.026/2020).

E continuam, afirmando que o atual governo militar de Bolsonaro  tem aprofundado as políticas de privatizações e entrega de todas as riquezas do povo brasileiro ao imperialismo e suas agências financeiras e que essa política tem uma longa história no Brasil e em outros países: “Em toda a América Latina, reformas nas legislações orientadas por empréstimos milionários e financiamentos do Banco Mundial, BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), FMI (Fundo  Monetário Internacional) e outras agências do imperialismo, abriram o caminho e impulsionaram as privatizações”.

“Nossa luta é pelo fim da privatização porque a água é um direito básico da  população e não pode ser objeto de lucro e especulação financeira. O povo de Ouro Preto,  como no país inteiro, já paga altíssimos impostos, que nunca são revertidos em saúde,  educação e demais direitos básicos. Não é justo que tenhamos que pagar novamente por  eles! Portanto, nossa luta não é por uma revisão de contrato que promova qualquer  redução nas tarifas. O povo luta contra a privatização da água!”, demarcam as massas em luta de Ouro Preto.

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